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Faculdade de História: Disciplina Arqueologia

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Faculdade de História: Disciplina Arqueologia é uma disciplina do curso superior de História.



Arqueologia é a ciência que procura entender a humanidade a partir da análise de seus objetos. A sua presença na grade do curso de História, como matéria optativa, é fruto da ampliação da noção de fonte histórica e da demanda por entender suas técnicas de tratamento para cultura material.

O que é

Como a História, a Arqueologia busca entender o passado da humanidade, porém, priorizando o estudo dos seus vestígios materiais. Esta escolha é interessante, pois o cotidiano de qualquer um, independente de onde e como viva, é marcado pela materialidade, diferentemente da escrita.

O ofício do arqueólogo é processual: o contato deste profissional com sua fonte geralmente inicia-se in loco, com escavações para procurar vestígios de um grupo humano. Uma vez encontrados e por vezes coletados, eles serão analisados e confrontados com materiais já encontrados. Por fim, a maioria destes objetos fica sob a guarda de instituições públicas (pois todo artefato arqueológico é bem da União), que irão preservá-los e fazer trabalhos de extroversão, como exposições e atividades educativas. Há casos em que o arqueólogo opta por não remover o objeto do local, mas, de qualquer forma ele sempre passará por um processo de preservação e conservação.

É um campo de conhecimento por essência interdisciplinar, pois se utiliza da História, da Antropologia, da Geografia, dentre outras, para pensar as dinâmicas culturais daqueles objetos. Por isso, raramente você encontrará uma graduação em Arqueologia: há uma predileção por programas de pós-graduação porque muitas faculdades entendem que o aluno necessita de conhecimento básico sobre uma área para partir para uma ciência aplicada. Há muitos que optam pelo curso de História por crerem ser um dos caminhos para serem arqueólogos.

Conexões com a História

No século XIX, quando a História tornou-se uma disciplina universitária e um campo profissional, havia o entendimento que a base do nosso ofício era a análise de documentos escritos. Desta forma, reconhecia-se que o homem tornou-se um objeto de estudo de importância apenas quando inventou a escrita, tratada aqui como uma marca de civilização. O entendimento da humanidade na sua fase pré-histórica seria relegado para outras ciências, como a Arqueologia.

Felizmente, a relação entre História e Arqueologia mudou ao longo das últimas décadas, tornando-se mais estreita. Isto foi possível a partir da crítica ao documento escrito: primeiramente, apontou-se que a escrita foi predominantemente utilizada pelo Estado ao longo do tempo e o seu conhecimento era um privilégio de poucos. Portanto, no mais das vezes temos apenas a voz de um agente, porque as práticas e a cultura da maioria não passavam por este domínio. Outra questão foi a recusa da ideia de que o documento escrito é sinônimo de verdade absoluta, pois ele pode ser forjado. O historiador deve comparar e questionar todas as suas fontes.

Além disso, a corrente historiográfica da Escola dos Annales iniciou o estudo de temáticas que não estavam necessariamente contempladas nos documentos escritos, o que possibilitou a ampliação da noção de fonte, trazendo para nosso universo a iconografia, a oralidade, as práticas e a cultura material, incluindo os artefatos arqueológicos. Isto levou a inclusão da Arqueologia como disciplina em algumas faculdades como, por exemplo, a USP.

Cursar a disciplina é quebrar estereótipos. Apesar de termos, no geral, a visão da Arqueologia vinculada a períodos mais antigos, como a Antiguidade e a Idade Média – até porque estas são as matérias que mais a utilizam em sala de aula -, ela também está presente no estudo da sociedade em épocas mais recentes. Por exemplo, fiquei impressionada com a Arqueologia da Resistência, que no Cone Sul dedica-se à busca de desaparecidos políticos, vítimas das ditaduras militares.

Por último, destaco que se a Educação Patrimonial é algo recente no curso de História, ela é um tema presente para os arqueólogos há algumas décadas. As construções e os artefatos foram as bases para a criação do conceito de patrimônio e foram alvo de preservação e extroversão. Para quem se interessa pelo tema, vale a pena a leitura dos guias produzidos por estes profissionais.

Conclusão

Cursar Arqueologia é uma das opções mais acertadas da graduação. Exigirá dedicação, pois terá um semestre para fazer leituras interdisciplinares e aprender técnicas de outra área do conhecimento. Mas vale a pena!

Ana Paula Santana Bertho, graduanda em História pela Universidade de São Paulo.



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